COMO FUNCIONAM E SUAS ROTAS NO BRASIL OS SATÉLITES

Þ Como funcionam as rotas dos satélites, como eles trafegam na órbita?
A primeira fase da concepção de um satélite é a definição da sua missão, o que determinará a órbita e os outros parâmetros pertinentes, de tal maneira que estando naquela órbita o mesmo possa cumprir a missão para a qual fora definido. Para determinadas missões já existem órbitas canônicas. Assim, por exemplo, se não estamos situados nos pólos e queremos satélites de comunicação, a exemplo dos que servem ao Brasil ou outros paises, devemos pensar em órbitas geo-estacionárias, aquelas que se situam no plano do Equador e encontram-se a cerca de 36.000 Km da superfície da Terra. Se desejamos que o satélite obtenha imagens de toda a superfície do planeta, temos que pensar em órbitas polares, isto é, entre 90 e 100 graus.
Os nossos satélites de coleta de dados (SCDs), por outro lado, têm órbitas quase equatoriais porque grande parte de nosso pais situa-se em faixas em torno do Equador e assim por diante. De qualquer maneira, todos esses satélites estão girando em torno da Terra a mais de 500 Km da mesma. A essas distancias, o que você vê a olho nu não é tão preciso e é por isso que você pode ter a idéia de que eles possam estar bem pertinho quando na realidade devem estar é bem distantes um do outro. Precisamente falando seria um desastre se dois satélites se encontrassem viajando em direções opostas em um determinado ponto. Em geral estão viajando a uma velocidade de cerca de 30.000 Km/h e se você somar as velocidades dos dois daria cerca de 60.000 Km/h. Já imaginou a explosão que seria? Existe um controle muito rígido das órbitas dos satélites. Eles podem até viajar nas mesmas órbitas mais são lançados de tal maneira (na mesma direção) que nunca se encontrem.
 
Þ Qual a importância econômica e militar dos satélites e bases espaciais nos tempos atuais?
As atividades espaciais possuem diversas nuances econômicos, mas entre as principais poderíamos citar o estímulo à inovação e o desenvolvimento da indústria nacional de alta tecnologia, visto que o enorme valor agregado a produtos da área espacial, seja no segmento de satélites ou de veículos lançadores e foguetes de sondagem.
No que tange aos centros espaciais, há o mercado mundial de lançamentos, que movimenta todo ano cifras da ordem de centenas de milhões de dólares no lançamento de satélites de telecomunicações em órbita geo-estacionária, satélites meteorológicos e de sensoriamento remoto, para citar os mais visados.
Para além da questão econômica há a estratégica, que diz respeito ao acesso autônomo ao espaço, a utilização e possibilidade de comercialização de centros de lançamento privilegiados geograficamente, a exemplo de Alcântara.
Já a temática militar teve o pico de sua influência nos programas espaciais quando do seu surgimento, por conta do contexto político das décadas de 50/60.
 
Þ Quantos satélites o Brasil utiliza?
SATÉLITES FABRICADOS PELO BRASIL, INCLUSIVE EM PARCERIA COM OUTROS PAÍSES
 - INPE: Coleta de dados (órbita equatorial baixa)
SCD-1
SCD-2
- INPE/CNSA (China): Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
CBERS-2
SATÉLITES ADQUIRIDOS PELO BRASIL (Telebrás) E PRIVATIZADOS
- Embratel/StarOne: Telecomunicações (geo-estacionários)
Brasilsat A2 em 63,0°W
Brasilsat B1 em 70,0°W
Brasilsat B2 em 65,0°W
Brasilsat B3 em 84,0°W
Brasilsat B4 em 92,0°W
SATÉLITES ADQUIRIDOS POR EMPRESAS NO BRASIL
- Hispamar: Telecomunicações (geo-estacionários)
Amazonas em 61,0°W (julho 2004)
- Loral Skynet do Brazil: Telecomunicações (geo-estacionários)
Estrela do Sul 1 em 63,0°W
SATÉLITES UTILIZADOS POR EMPRESAS/INSTITUIÇÕES NO BRASIL
- Hispamar: Telecomunicações (geo-estacionários)
Hispasat 1C em 30,0°1h
Hispasat 1D em 30,0°W
- Intelsat: Telecomunicações (geo-estacionários)
805 em 55,5°W
706 em 53,0°W
705 em 50,0°W
903 em 34,5°W
801 em 31,5°W
907 em 27,5°W
905 em 24,5°W
603 em 20,0°W
901 em 18,0°W
IA-8 em 89,0°W (2004)
- Telesat: Telecomunicações (geo-estacionários)
Anik F1 em 107,3°W
- Inmarsat: Telecomunicações (geo-estacionários)
AOR-W em 54,0°W
AOR-E em 15,5°W
- New Skies: Tv Difusão/Dados (geo-estacionários)
NSS-7 em 22,0°w
NSS-806 em 40,5°w
- DirecTV: TV por assinatura (geo-estacionários)
Galaxy VIII-i em 95,0°W
- NOAA: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
Landsat 4,5
Landsat 7
- NASA: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
Terra - Aster
Aqua
- Radarsat International: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
Radarsat-I
- Spot Image: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
Spot 5
- Space Imaging: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
IRS-1
Ikonos
- DigitalGlobe: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
Quick Bird
- OrbImage: Sensoriamento remoto (órbita polar baixa)
OrbView-1
OrbView 2 - SeaWiFS
OrbView 3
- US DoD: Localização e navegação
Constelação GPS
 
Þ Qual o destino dos satélites que deixam de ser operacionais?
Na maioria das vezes, os satélites desintegram-se durante a reentrada na atmosfera, como conseqüência da alta temperatura e grande velocidade atingida pelo equipamento. Isso requer que a proteção térmica seja suficientemente resistente para proteger a carga útil. Sem revestimento adequado, o veículo corre o risco de destruição, como aconteceu com o ônibus espacial Columbia. Os satélites que permanecem no espaço se tornam lixo espacial.
 
Þ Existe algum satélite que transmite imagem de vídeo em tempo real?
Não. Os técnicos que trabalham com previsões meteorológicas, por exemplo, só recebem as imagens cerca de 12 minutos depois de geradas pelo satélite.
 
Þ É possível enxergar um satélite a olho nu?
Muitos satélites artificiais são visíveis a olho nu. Para isso é necessário que os procuremos no momento certo - os melhores são logo após o pôr do Sol, no início da noite, ou logo antes de o Sol nascer, ao final da madrugada - porque nessas circunstâncias o céu está escuro e os satélites iluminados.
A aparência é de uma estrela em movimento. Às vezes parece que piscam, quando algumas faces são de metal polido e outras opacas. Há cerca de 8000 objetos em órbita da Terra, e pelo menos cem deles podem ser vistos a olho nu. Hoje em dia faz muito sucesso observar os satélites IRIDIUM e a Estação Espacial Internacional (ISS).
Há programas e sites especializados na disposição das órbitas dos satélites, de formas que tem sido um bom divertimento fotografar os Iridium, por exemplo, a partir de determinadas posições. Utilizados para a telefonia móvel são mais de sessenta satélites da família Iridium em órbita - eles passam rápido, mas o brilho pode ser captado por alguns segundos.
Para saber a localização da Estação Espacial Internacional e consultar a que dia e hora a ISS passará pela sua cidade, você pode acessar respectivamente os sites:
http://spaceflight.nasa.gov/realdata/tracking/index.html
http://www.aeb.gov.br/issolhonu.htm
 
Þ Como eu faço para conseguir uma imagem de satélite?
Você deve se cadastrar no Atendimento ao Usuário (ATUS) do Departamento de Geração de Imagens do Inpe, cujo endereço www.dgi.inpe.br, ou pode ainda acessar várias delas na homepage da empresa norte-americana Space Imaging, no site www.spaceimaging.com.
 
Þ A que altitudes são colocados os satélites?
Podem ser lançados em:
- órbitas baixas - 600 a 700 km (Low Earth Orbit - LEO);
- órbitas polares - que passam próximas dos dois pólos, usada para satélites de observação da Terra, como o CBERS;
- órbitas médias - 1000 a 1500 km, onde se encontram satélites do tipo GPS (que rastreiam objetos na Terra) (Médium Earth Orbit - MEO);
- órbita geo-estacionária equatorial - em média a 35.786 km de altura; é a faixa de maior interesse comercial e onde localizam-se mais de 200 satélites. (informações do pesquisador Marcelo Lopes de Oliveira e Souza, do Departamento de Engenharia Mecânica, do Inpe).
- órbitas altas - acima de 35.786 km (High Earth Orbit - HEO).
 
Þ A que altura e com que velocidade deve ser lançado um satélite para que ele permaneça em órbita?
Um satélite só entra em órbita se vencer a gravidade e a resistência atmosférica. Para isso, o foguete que o leva deve atingir uma velocidade superior a 11,2 km/s.
 
Þ Qual a precisão de um satélite?
O satélite militar norte-americano Ikonos consegue distinguir objetos com um metro de dimensão. Localiza-se a 680 km de altura e leva 1h38min para dar uma volta ao redor da Terra. (http://www.comciencia.br/reportagens/guerra/guerra04.htm).
 
Þ Quantos satélites existem no espaço?
Não há estatísticas oficiais, mas estima-se que já foram lançados aproximadamente 4.600 satélites, e que apenas cerca de 500 deles continuam em funcionamento. A Rússia foi o primeiro país a colocar um satélite no espaço, o Sputinik, em 1957. (http://astro.if.ufrgs.br/kepleis/nodel3.htm)
 
Þ O que são os satélites de posicionamento global (GPS)?
Uma constelação de 24 satélites norte-americanos a cerca de 20.200 km, capazes de determinar a posição de um ponto na Terra, a partir do sinal de três a quatro satélites e um receptor. O sistema é utilizado para navegação aérea por satélite (um avião pode pousar sem visibilidade), localização de caminhões roubados a partir de informações de alta precisão e alta imunidade a interferências (ao contrário de transmissões por estações de rádio), entre outras aplicações (como na agricultura). Permitem conhecer a posição em três dimensões: latitude, longitude e altitude.
Observações: segundo o site: http://www.gpstm.com.br/port/apostila_port.htm, os receptores GPS para fins militares oferecem resolução de l m, e os de uso civil, de 15 m a 100 m.
 
Þ O que são satélites geo-estacionários?
São satélites que mantêm a mesma posição relativa ao Equador. Ficam, em média, a 35.800 km da superfície, condição na qual giram com a mesma velocidade da Terra, permanecendo "parados" em relação a determinado ponto de referência. Podem ser exemplificados pelos satélites da série GOES, acrônimo para Geostationary Operational Environmental Satellite (Satélite Ambiental Geo-estacionário Operacional), de finalidades meteorológicas. (http://br.weather.com/glossary/s.html).
 
Þ O que é sensoriamento remoto?
Sentir remoto é quando você colher informação sobre objetos ou superfícies que têm uma distância (ou nenhum contato físico) entre o instrumento ou sensor e o objeto está medindo você. Um exemplo é uma máquina fotográfica a bordo de uma aeronave ou um satélite que mede para a Terra. 
Isto é chamado freqüentemente também Observação de Terra. Nós temos um pouco de informação sobre isto em nosso website (faça um click no botão de Satélites no menu no topo da página). Você também pode aprender aproximadamente como a Noruega utiliza sentindo remoto em nossas páginas de observação de Terra. Um lugar bom para aprender mais sobre observação de Terra é o Earthnet Website On-line da Agência Espacial européia (ESA). (http://www.spacecentre.no/aktuelt.cfm?aid=9&bid=16&cid=17&cid=16).
 
Þ O que é o CBERS?
Um satélite de sensoriamento remoto, que fornece imagens sobre o globo terrestre, utilizadas para os mais determinados fins, tais como verificar áreas desmatadas, para planejamento urbano, observação de áreas agrícolas, bacias hidrográficas, entre muitos outros capazes de ser atendidos pela cartografia digital. O CBERS foi fruto de um acordo de cooperação entre o Brasil e a China para o desenvolvimento, fabricação, teste e lançamento do mesmo pelos dois países.
 
Þ Para que servem os satélites SCD?
Os Satélites de Coleta de Dados (SCD) fornecem informações para o monitoramento ambiental, seja meteorológico, hidrológico ou oceanográfico. Depois de receber os dados de mais de 300 plataformas de coletas de dados (PCDs) espalhadas pelo território brasileiro, o satélite os envia para estações do Inpe em Cuiabá (MS) e Alcântara (MA).
 
Þ Qual a diferença do SARA em relação aos outros satélites brasileiros?
Ao contrário dos demais equipamentos, o SARA é um microsatélite reutilizável, programado para transportar experimentos científicos de pequeno porte - pesa 150 kg e leva até 25 kg de carga útil. Pode ficar em órbitas baixas, de no máximo 300 km, por até 10 dias, quando então é redirecionado e recuperado para servir às próximas missões. O SARA otimizará o acesso à comunidade científica nacional para pesquisas em ambiente de "gravidade zero" e reduzirá os custos atuais para tais lançamentos. Vale ressaltar que toda o aparelho foi desenvolvido no Brasil, em especial a tecnologia de proteção térmica para reentrada atmosférica, estratégica para a realização de pesquisas de ponta no espaço e restrita a poucas nações.
 
Þ Quais são os próximos satélites que o Brasil pretende lançar?
Prevê-se para setembro o lançamento do CBERS-2. A parceria bem-sucedida entre Brasil e China continuará no desenvolvimento de mais dois satélites do tipo CBERS, com a ampliação da participação brasileira de 30% para 50%. Outro equipamento que em breve entrará em órbita é satélite recuperável SARA (Plataforma Orbital para Experimentação em Ambiente de Microgravidade), desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Centro Técnico Aeroespacial (CTA).
 
Þ E o Aqua?
O Aqua é um satélite americano que leva um sensor de umidade atmosférica brasileiro, o HSB (Humidity Sounder for Brazil). Os dados fornecidos pelo HSB são mais precisos que as medidas meteorológicas obtidas em solo, o que proporciona previsões de curta duração, acompanhamento de eventos severos e avanços nas pesquisas do clima.
 
Þ Quantos satélites brasileiros já estão em órbita?
Três, no total. Dois deles são satélites de coletas de dados (SCD-1 e SCD-2) e um de sensoriamento remoto (CBERS-1).
 
Þ O que são satélites artificiais?
Satélites (artificiais) são equipamentos colocados no espaço, em órbita da Terra ou de outros corpos celestes, com o objetivo de realizar investigações e experimentos científicos e tecnológicos.


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